PARTE 2 – ENQUADRAMENTO SOCIAL

Análise e avaliação do contexto europeu no século XXI

O grupo de indivíduos que apresentam dificuldades de integração e/ou manutenção da sua situação face ao mercado de trabalho é cada vez mais crescente. O projeto pretende dar resposta a novas necessidades de intervenção junto deste grupo de indivíduos nomeadamente nos desafios colocados ao desenho e definição dos seus projetos de vida.

Torna-se, por isso, imperativo proceder a uma análise do contexto europeu do século XXI, nomeadamente dos fatores considerados como mais relevantes para o objetivo do projeto, nomeadamente os migratórios, os demográficos, os educacionais, e os de empregabilidade e competências.

Fatores migratórios

A migração diz respeito a um movimento de saída da cidade e/ou país de origem, e consequente ingresso numa nova cidade e/ou país de acolhimento. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2015, mais de 244 milhões de pessoas em todo o mundo encontravam-se em situação de migração (Kunzig, s.d.). As razões para a saída da cidade e/ou país de origem podem ser as mais diversas, desde a vontade de ir estudar para outro contexto, a necessidade de procurar uma oportunidade de emprego, a vivência de uma situação de pobreza extrema, ou a existência de uma guerra. Presentemente, face às notícias que nos são transmitidas diariamente pelos media, existe a ideia de que os conflitos ativos em diferentes partes do globo são os principais responsáveis pelas situações de migração. No entanto, dos atuais cerca de 15 conflitos em todo o mundo, apenas uma pequena parte justifica o número significativo de refugiados que abandona o seu país. Em 2016, aproximadamente 65.3 milhões de pessoas abandonaram os seus países por questões de sobrevivência das quais 21.3 milhões estão numa situação de refugiadas, 3.2 milhões estão à procura de asilo, e 40.8 milhões estão deslocados internamente nos seus próprios países (Batha, 2016).

Estes dados são extremamente pertinentes, uma vez que contrariam uma ideia geral do ocidente acerca da migração forçada, de que a primeira opção destas pessoas é fugir do seu país. Na realidade, a maior parte das pessoas opta por se deslocar das suas casas permanecendo dentro do país. A título de exemplo, estima-se que na Síria 13.5 milhões de Sírios necessitem de assistência humanitária dentro do país (Syrian Refugees, 2016). Outra opção é procurar asilo em países vizinhos, sendo que os países que mais recebem refugiados são a Turquia, o Paquistão, o Líbano, a Jordânia, o Egito, e o Iraque (Saunders, 2016). Só a Turquia recebeu já mais de três milhões de refugiados e migrantes, dos quais 2.7 milhões de Sírios (Batha, 2016). Só em última instância recorrem à ajuda da Europa. Os dados indicam que o continente europeu recebeu um total de 1.3 milhões (1.327.560) de refugiados em 2015. Em 2016, cerca de 100 migrantes da Síria, Afeganistão e Iraque chegavam, por dia, à Grécia, enquanto cerca de 500 migrantes de África chegavam, por dia, a Itália (Connor & Krogstad, 2016). De todo o continente europeu, a Alemanha (mais de 442.000), a Hungria (174.000), e a Suécia (156.000) juntas receberam mais de metade dos pedidos de asilo em 2015 (Eurostat, 2015).

Os migrantes que chegam à Europa são de países bastante diversos, mas muito frequentemente, incluem pessoas de países da Ásia e do Médio Oriente, tais como a Síria (378.000), o Afeganistão (193.000), e o Iraque (127.000), e também o Kosovo, a Albânia, o Paquistão, a Eritreia, a Nigéria, o Irão, e a Ucrânia (Connor & Krogstad, 2016; Eurostat, 2015). A sua travessia até à Europa é, normalmente, cheia de perigos que põem em risco a sua sobrevivência. Famílias inteiras fogem de uma morte quase certa nos seus países de origem para enfrentarem um conjunto de circunstâncias nas suas viagens que, infelizmente, muitas vezes, não lhes permite melhor destino. De acordo com Saunders (2016) a maior parte dos refugiados chega à Europa por via terreste ou marítima. Os que chegam por terra habitualmente fazem uma longa travessia pela Turquia, Grécia, ou Balcãs. Os que chegam por barco são frequentemente provenientes da Síria, do Afeganistão, da Nigéria, do Paquistão, do Iraque, e da Eritreia, mas também do Senegal e da Somália, países que não estão em situação de conflito ativo (Batha, 2016; Saunders, 2016). Dados da Frontex (in BBC News, 2016) indicam que, em 2016, cerca de 370.000 de pessoas chegaram à Europa por mar, das quais cerca de 173.000 chegaram à Grécia e 167.000 chegaram à Itália. Pelo menos 4.960 migrantes morreram na travessia do Mediterrâneo, em 2016, a tentar chegar à Europa, maioritariamente por sobrelotação dos barcos (Batha, 2016).

Quando chegam, muitos dos refugiados procuram asilo. Foram realizados 1.321.600 pedidos de asilo à União Europeia, dos quais 29% da Síria, 14.8% do Afeganistão, 9.9% do Iraque, 3.7% do Paquistão, e 3.6% da Eritreia, e 39% de outros países (Kunzig, s.d.). Os dados indicam que a Alemanha recebeu 29% dos pedidos, seguida pela França (13.2%), e pela Suécia (12.9%). Países como a Dinamarca (1.2%), Portugal (<0.5%) e República Checa (<0.5%) têm menos pedidos de asilo (Kunzig, s.d.). Destes, a Alemanha aprovou 140.910, a Suécia aprovou 32.215, a Itália aprovou 29.615, França aprovou 20.630, a Holanda aprovou 16.450 e o Reino Unido aprovou 13.905 (Eurostat, 2015; in BBC News, 2016). No entanto, é possível que, em 2015, as entradas ilegais na Europa tenham sido muito mais elevadas. A BBC News (2016) aponta para cerca de 1.000.000 vindos do Eastern Mediterranean (Mediterrâneo Oriental), 800.000 vindos do Western Balkan (dos Balcãs Ocidentais), e 150.000 vindos do Central Mediterranean (Mediterrâneo Central). Este fluxo de internacional de refugiados que, embora recorrente, não tem sido constante, tem levado muitos países a construir muros e a fechar fronteiras (Kunzig, s.d.; Saunders, 2016).

A maioria dos europeus desaprova o modo como a Europa está a lidar com o tema dos refugiados. Os mais descontentes são a Grécia (94%), a Suécia (88%) e a Itália (77%), que são precisamente os países que estão com uma maior necessidade de “relocalização” dos migrantes e refugiados (Connor & Krogstad, 2016). Para fazer face a esta necessidade, a Alemanha assumiu o compromisso de aceitar cerca de 27.000 refugiados, a França cerca de 20.000, a Espanha quase 9.000, e Portugal e a República Checa quase 4000 cada um (BBC News, 2016). O Reino Unido e a Dinamarca não participam neste esquema de relocalização (BBC News, 2016). Mas, apesar de todos os esforços que os diferentes países da Europa têm realizado para apoiar a crise dos migrantes e refugiados, o United Nations Human Rights Council (UNHRC) considera que a quantidade monetária doada pelos países membros é insuficiente (Syrian Refugees, 2016). No total foram doados cerca de 8.596 milhões de dólares, dos quais 924.260 pelo Reino Unido e 686.340 pela Alemanha. Países como a França (45.250), a Dinamarca (78.970), a República Checa (1.020), e Portugal (0.070) são os que menos têm contribuído financeiramente para esta ajuda humanitária (BBC News, 2016).

As capacidades práticas da Europa de acolher mais refugiados estão muito próximas do seu limite (Tiffany, 2016). A maioria dos países apenas contacta com os refugiados durante os conflitos. Grande parte deles regressa aos seus países de origem logo que pode. Alguns, contudo tornam-se cidadãos bem integrados nos países de acolhimento e optam por ficar (Saunders, 2016).

Fatores Demográficos

Nos últimos anos, ocorreram mudanças profundas na composição demográfica europeia associadas, por um lado, à baixa natalidade e ao envelhecimento das populações e, por outro lado, às alterações dos padrões migratórios. Atualmente, constata-se uma quantidade relativamente pequena de crianças (0-14 anos) nos países europeus e, um número de pessoas em idade pós-produtiva (com mais de 65 anos) cada vez maior. Portugal é um dos países com taxas de natalidade mais baixas – 1.21, a República Checa apresenta uma taxa de natalidade de 1.46 e a Dinamarca de 1.67. De registar que a taxa de natalidade necessária para assegurar uma “substituição” (manter a mesma população) é de 2.1, abaixo da qual verificamos alterações da estrutura etária da população com o envelhecimento da mesma. Estes dados apontam para mudanças significativas na estrutura etária da população nos próximos anos, estimando-se que, se atualmente a população em idade produtiva (dos 15 aos 64 anos) representa uma parcela significativa da população, num futuro não muito longínquo poderá existir uma acentuada diminuição. As projeções da Eurostat para a população a longo prazo indicam uma redução da população em idade ativa na União Europeia de 15.7 milhões no horizonte 2016-2060, o que terá um impacto na redução de 195,6 milhões de população com atividade económica até 2060. Este declínio da população ativa afetará o potencial de crescimento económico[1]. Tal situação acarretará um problema socioeconómico grave, considerando que, presentemente, este grupo de pessoas tem um nível de atividade económica inferior a 100%.

A Europa tem estado a enfrentar uma crise séria de refugiados desde 2015 que se tornou num problema não só político como humanitário. Num contexto de inúmeras incertezas relativamente às estratégias dos diversos países da União Europeia para enfrentar estes desafios centenas de milhares de refugiados têm continuado a fugir de contextos de guerra e outros conflitos ou problemas económicos para procura de refúgio nos países da europa. O compromisso assumido por Portugal com a União Europeia é de receber 4500 refugiados, embora a vontade política seja de acolher e integrar cerca de 10.000[2]. Atualmente existem 111 instituições disponíveis para acolhimento de famílias refugiadas em Portugal, sendo que, até ao momento, já foram acolhidas 65 famílias, num total de 276 pessoas (dos quais 143 são menores). No entanto, o acolhimento e integração dos refugiados configura uma situação de mobilidade social caracterizada por uma grande diversidade de backgrounds culturais, quer relativamente à Europa, quer dos próprios grupos entre si, potenciando as dificuldades de integração social e laboral. Acrescem questões ligadas ao fenómeno do terrorismo que trazem implicações de outra ordem na abordagem de populações deslocadas. Os países europeus enfrentam hoje, assim, a necessidade, e a dificuldade, de promover o acolhimento ativo de grupos populacionais em situação de vulnerabilidade social, dos seus próprios e dos que lhe são estranhos, capacitando-os para uma integração produtiva.

Fatores Educacionais

Apesar dos esforços e do investimento dos países europeus em educação, e dos progressos conseguidos, subsistem problemas de formação e escolaridade que reforçam a vulnerabilidade social. O relatório “Novas prioridades para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação”, elaborado em 2015, pelo Conselho Europeu e pela Comissão, contem dados importantes para a reflexão sobre as questões educacionais e a vulnerabilidade social, revelando taxas elevadas de abandono escolar precoce e de adultos sem qualquer formação, a maior parte dos quais desempregados ou na inatividade.

Ao longo dos últimos anos, e de um modo geral, contatou-se a seguinte evolução no que concerne a situação académica no contexto europeu:

  • Uma redução significativa no número de pessoas que detém apenas a educação básica;
  • Uma redução significativa no número de pessoas que detém apenas o ensino secundário; e,
  • Um aumento exponencial no número de pessoas que detém o ensino superior completo.

No entanto, não retirando o mérito aos progressos dos últimos anos, a situação europeia é ainda preocupante, com grupos populacionais, em particular constituídos por adultos e jovens, sem terem concluído com sucesso qualquer nível de ensino, incluindo pessoas que com mais frequência desempenham funções que se caracterizam por vínculos mais instáveis financeiramente e imprevisíveis temporalmente. De acordo com dados da Comissão Europeia, no final de 2015, existiam mais de 5 milhões de jovens sem qualquer nível educacional completo na União Europeia, e cerca de 3,2 milhões nos países constituintes da zona Euro. No caso particular dos imigrantes, constatam-se graves desigualdades educativas, sendo o grupo que apresenta, frequentemente, maior probabilidade de abandonar a escola (e.g., Bélgica, Aústria).

Também nos países europeus cerca de 20% dos jovens entre os 25 e os 34 anos têm o ensino superior concluído, salientando-se 30% em Portugal, 28% na Alemanha e 22% na República Checa, de onde decorre a meta europeia de 40% a atingir em 2020. A par desta situação, salienta-se ainda a evolução das características do trabalho atual e a criação de novos empregos, que exigem trabalhadores altamente qualificados com as competências (hard e soft skills) necessárias para a realização de novas tarefas e para alimentar uma força de trabalho internacional. Embora o mercado de trabalho não seja estático, e a previsão das competências necessárias seja uma tarefa difícil de realizar, esta situação só será ultrapassada a partir de um constante investimento no capital humano europeu, quer ao nível de formação inicial, quer na aprendizagem ao longo da vida. Sem investimento na educação, os indivíduos estarão em desvantagem na obtenção/ manutenção desses empregos, e as organizações estarão em desvantagem na capacidade de crescimento, competitividade e inovação.

Fatores de Empregabilidade

A situação do mercado de trabalho é bastante distinta nos diversos países europeus. O nível de desemprego atingiu, em 2015, 9.4%, considerando a Europa a 28 países (Pordata, 2015), e cerca de 10.8% se considerarmos apenas a zona Euro. Estas estatísticas indicam, de um modo geral, que uma em cada cinco pessoas se encontra desempregada. A título de exemplo, em Portugal, a população desempregada mais penalizada inclui pessoas do sexo feminino, com mais de 45 anos, com reduzido nível de escolaridade, à procura de novo emprego, provenientes dos sectores dos serviços, e à procura de emprego há 12 ou mais meses. Em 2015, de acordo com os dados do Pordata, a taxa de desemprego em Portugal atinge, em média 12.4% da população em idade ativa, enquanto na República Checa, o número médio de desempregados tem vindo a diminuir, mantendo-se atualmente nos 5% da população em idade de trabalhar, isto é, dos 15 aos 64 anos.

Nos últimos anos a situação do desemprego parece estar a tornar-se particularmente grave para os jovens adultos. Por um lado, existem países em que a taxa de desemprego no grupo dos 15 aos 19 anos é extremamente elevada (e.g., na República Checa apenas 4.5% das pessoas com idade igual ou inferior a 20 anos estava empregada em 2015 – Pordata). Por outro lado, existem outros países (e.g., Dinamarca, Holanda, Grã-Bretanha, Áustria e Alemanha) em que é perfeitamente comum esta faixa etária ser particularmente ativa no mercado de trabalho, situando-se as suas taxas de emprego entre os 25.5% e 51.6%, enquanto as taxas médias de emprego neste faixa etária na Europa, considerando os 28 países, é de 15%. As pessoas dentro desta faixa etária, frequentemente, estão empregadas em contextos congruentes com a sua qualificação, e nos quais podem desenvolver as suas competências e adquirir sustentabilidade financeira/ independência económica. Um relatório do Centro Europeu para o Desenvolvimento da Formação Profissional em 2012 (Cedefop, 2012) prevê que haverá um retorno ao crescimento do emprego em toda a Europa nos próximos anos devido à melhoria das perspetivas económicas. Além disso, com uma população ligeiramente crescente da UE passando de 510 para 517 milhões em 2060, a população da Europa também será mais velha. É importante encontrar soluções para a integração profissional de jovens adultos, sobretudo dos jovens adultos desempregados, garantindo a “substituição geracional” no mercado de trabalho.

Reconhece-se que elevadas taxas de desemprego perpetuam os ciclos de pobreza, de vulnerabilidade e de exclusão social. A par desta situação de desemprego, é importante referir a existência de um grupo específico dentro desta população que corresponde aos “sub-empregados” ou “não totalmente empregados”, e que geralmente se encontram nesta situação devido a três condições. Por um lado, ao excesso de qualificações académicas e/ou profissionais face à proposta profissional que lhes é apresentada. Por outro lado, ao trabalho em part-time involuntário, uma vez que gostariam de poder trabalhar a tempo inteiro, mas por condicionalismos vários (e.g., falta de oportunidades profissionais), apenas lhe são propostas oportunidades a tempo parcial. E, uma outra realidade ainda é o desemprego oculto, em que o trabalhador não está totalmente ocupado, por questões legais ou sociais, sendo apenas solicitado sazonalmente. Esta situação de subemprego tem vindo a aumentar um pouco por toda a Europa, por exemplo, para empregar jovens recém-licenciados com o argumento de lhes permitir ganhar experiência profissional, para empregar pessoas do sexo feminino com o argumento de lhes facilitar a conciliação família-trabalho, e para empregar imigrantes e refugiados com o argumento de que as suas qualificações obtidas no país de origem não se coadunam com a concretização das funções no país de acolhimento. Qualquer uma das condições que esteja por detrás da situação de “subemprego” deixa a pessoa numa situação de grande vulnerabilidade profissional e social.

Fatores de Competência

Segundo o Relatório Conjunto do Conselho Europeu e da Comissão Europeia sobre a implementação do quadro estratégico para a cooperação europeia em educação e formação (2015), publicado no Jornal Oficial da União Europeia, o desenvolvimento de novas competências e oportunidades de aprendizagem ao longo da vida tem enfrentado diversos desafios: um em cada quatro adultos na Europa é apanhado numa armadilha de baixas qualificações – uma situação que limita o acesso ao mercado de trabalho, bem como o acesso a oportunidades de educação ou formação. Apenas 4,4% dos 66 milhões de adultos com pelo menos o ensino secundário participam em oportunidade de educação de adultos; o abandono escolar precoce encontra-se nos 11,1%. Não obstante os progressos consideráveis em relação ao objetivo comum da Estratégia Europa 2020, registamos ainda cerca de 4,4 milhões de jovens que abandonaram precocemente a escola, sendo que cerca de 60% dos mesmos estão inativos ou desempregados e, consequentemente, com maiores riscos de exclusão social e participação cívica.

As políticas de combate ao desemprego e a integração profissional encontram-se mais direcionadas na colocação dos desempregados no mercado de trabalho, do que assegurar uma correspondência entre as necessidades do mercado de trabalho e as competências de cada adulto desempregado. Esta atuação coloca os indivíduos desempregados numa situação de desajuste face às exigências do mercado de trabalho e não permite colmatar as necessidades das “empresas” conduzindo a um desajuste entre a oferta e a procura. Torna-se necessário encontrar formas de criar uma Europa que aproveite plenamente as competências dos seus cidadãos, novas e existentes. O relatório de 2015 do Cedefop “Tackling Unemployment while Addressing Skill Mismatch” indica várias abordagens para resolver estes desafios, seja de uma forma preventiva seja de forma direcionada aos desempregados, e analisa os fatores que os conduziram a uma situação de exclusão do mercado de trabalho. O foco é olhar para jovens adultos desempregados, incluindo migrantes e refugiados, que, por diferentes razões, são excluídos do mercado de trabalho. Este grupo de indivíduos apresenta dificuldade na obtenção de um emprego sustentável, passando por diversos momentos de desemprego relacionado com a dificuldade de corresponder às exigências no mercado de trabalho.

O Fórum Económico Mundial publicou em janeiro de 2016, no relatório “O Futuro dos Empregos”, as 10 principais competências não formais que serão cada vez mais necessárias no mercado de trabalho até 2020: capacidade de resolver problemas; pensamento crítico; criatividade; gestão de pessoas; relação interpessoal; inteligência emocional; capacidade de analisar situações e tomar decisões; orientação para o serviço; capacidade de negociação e flexibilidade cognitiva.

Importa assim, mais do que promover formação específica para adultos desempregados com baixa qualificação, contribuir para o desenvolvimento da carreira deste grupo alvo, potenciando o reconhecimento de competências e a sua transferibilidade para outros contextos. Os formadores, técnicos e conselheiros/orientadores que participam no processo de formação ou de procura de emprego deverão assegurar a coerência e adequação da educação de adultos, contribuindo para a coordenação entre o mercado de trabalho e as políticas de educação e formação (de adultos) permitindo responder às novas necessidades de mão-de-obra, assegurando assim uma boa governança e sinergias entre as políticas de educação e mercado de trabalho.

Vários estudos apontam que a capacidade de canalizar/transpor as competências transversais determina/condiciona o sucesso do emprego (obtenção e manutenção).

Tornou-se também evidente que a formação técnica e específica deve ser aliada de formação transversal (desenvolvimento pessoal e social). Desta forma, assegurar uma integração bem-sucedida no mercado de trabalho exige igualmente apoiar os desempregados na aquisição e desenvolvimento de competências transversais, bem como, através do processo de mudança, apoiá-los a enfrentar as diversas fases de transição que defrontam no mercado de trabalho (empregado/desempregado), salientando-se o desenvolvimento das competências que correspondem às exigências do século XXI: a adaptabilidade, a autoeficácia, o pensamento criativo e a solução de problemas.

Com vista a potenciar as oportunidades do mercado de trabalho, é necessário assegurar que a população ativa, especialmente o grupo de jovens adultos desempregados e migrantes e refugiados com idade entre 18 e 30 anos, seja “preparada” para a integração profissional de acordo com as exigências do mesmo. Se o verdadeiro objetivo da formação é encontrar uma relação entre o desenvolvimento de competências e a integração no mercado de trabalho, a formação não se deve limitar ao desenvolvimento de competências técnicas específicas, mas também desenvolver competências transferíveis que os capacitem na obtenção e manutenção do emprego.

Em suma, verificamos diversas situações como as acima identificadas que condicionam o acesso dos indivíduos a percursos educativos, formativos e profissionais eficazes (que permitem a efetiva integração no mercado de trabalho) e que interferem no seu desempenho pessoal, académico / profissional, familiar, social e comunitário, comprometendo a sua integração na sociedade. Consequentemente verificamos uma população socialmente vulnerável, com experiências de vida muito diversificadas, e que exigem intervenções diferenciadas nomeadamente medidas políticas que promovem oportunidades de sucesso na construção e implementação de projetos de vida.

Entendimentos sobre a justiça social

A justiça social engloba a adoção de uma diversidade de ações que visam o empoderamento das sociedades/nações, favorecendo o acesso e a utilização, por parte dos seus membros, de oportunidades, recursos, e valores, sem qualquer tipo de vantagem ou desvantagem, em função de fatores de cariz sexual, racial, étnico, económico, religioso, ou outro. Procura-se assegurar, deste modo, que a sociedade se organiza para melhorar as vidas dos indivíduos, satisfazendo as suas necessidades físicas e psicológicas, de forma justa, total e igualitária, e favorecendo assim a concretização de todo o seu potencial (e.g., Bell, 1997; Fouad, et al., 2006; Hartung & Blustein, 2002; Helms, 2003; Herr, 2001; Herr & Shahnasarian, 2001; Irving & Malik, 2005; O’Brien, 2001; Watson, 2010; Young, 1990).

Presentemente diferentes áreas de conhecimento, tais como, a psicologia, o serviço social, a sociologia, e a economia, têm investido esforços no desenvolvimento de ações orientadas para a erradicação das desigualdades na sociedade (Vera & Speight, 2003), através do desenvolvimento de novas teorias e práticas que contrariem a visão uniforme, normativa, e Eurocêntrica da sociedade. No caso particular da Psicologia Vocacional, as questões da justiça social aplicadas à construção de projetos de vida têm as suas raízes no trabalho de Frank Parsons (1909), no âmbito da sua teoria de ajustamento vocacional (Blustein, 2006; Fouad, Gerstein & Toporek, 2006). Este autor demonstrou a sua preocupação pelo facto da teoria e prática de aconselhamento de carreira poderem estar a excluir, ainda que de forma não intencional, uma franja bastante significativa da população, nomeadamente pessoas provenientes de populações não dominantes, tais como jovens, mulheres e pessoas pobres (McMahon, Arthur, & Collins, 2008).

Quase 100 anos volvidos, são muitas as vozes que se fazem ouvir na defesa da aplicação das noções de justiça social para ultrapassar as limitações no apoio à construção de projetos de vida (e.g., Fouad & Bingham, 1995; Hartung & Blustein, 2002; Leong & Hartung, 2000), em particular no que respeita as pessoas que abandonam precocemente a escola, os desempregados, os sub-empregados, e todos aqueles que, por possuírem características distintivas da população normativa, vêem o acesso e mobilidade na educação e no emprego bastante condicionados (Sampson, Dozier, & Colvin, 2011). No entanto, apesar do crescente reconhecimento de que se trata de um “imperativo moral” (McWhirter et al., 2005, p.215) ultrapassar o acesso diferencial aos serviços de apoio à construção de projetos de vida, estas vozes têm tido pouco eco na sociedade ocidental. Por este motivo, apesar do surgimento de algumas propostas concetuais neste domínio, são escassos os recursos práticos, e com eficácia comprovada, na promoção da justiça social, enquanto simultaneamente trabalham as questões da construção e desenvolvimento de projetos de vida (Arthur, Collins, McMahon & Marshall, 2009; Barham & Irving, 2011; Irving, 2011).

A este propósito, importa salientar que o apoio à construção de projetos de vida ocorre maioritariamente com jovens, jovens adultos e adultos, de nível socioeconómico médio ou médio-alto, com resultados académicos médios ou elevados, ou situações profissionais relativamente confortáveis. Além disso, este tipo de serviços ocorre precisamente em contextos escolares e/ou profissionais, em momentos críticos do desenvolvimento vocacional. Deste modo, uma percentagem muito elevada de pessoas fica excluída deste tipo de apoio por não deter as características do público-alvo, nem se encontrar nos circuitos habituais, em que ele é tipicamente disponibilizado. Pessoas com acesso diferencial às oportunidades, recursos e valores ficam marginalizadas, e vêem limitado o seu acesso à construção de trajetórias de vida significativas, nomeadamente no que respeita os seus percursos académicos e/ou profissionais. Perpetua-se assim o seu ciclo de exclusão, uma vez que a educação e o emprego são considerados meios centrais para assegurar a justiça social (Fouad et al., 2006; Hargrove, Creagh, & Kelly, 2003).

Por conseguinte, autores como Blustein, McWhirter e Perry (2005) apontam para uma necessidade urgente de mudança de foco, abandonando-se uma “abordagem de denunciação”, em que apenas existe um reconhecimento de que as necessidades de todas as pessoas que vivem nas nossas comunidades não estão atualmente a ser devidamente satisfeitas. Em contrapartida defendem a necessidade de se assumir uma “abordagem de anunciação/articulação”, na qual os princípios de justiça social, em relação com as reformas sociais, políticas e sociais em vigor na sociedade (Hartung & Blustein, 2002; Herr, 2001; Herr & Shahnasarian, 2001), são aplicados às práticas de construção de projetos de vida, permitindo derrubar as barreiras que impedem/dificultam uma distribuição igualitária de recursos e serviços (Arthur, 2005; Toporek & Chope, 2006). Contudo, para que esta nova abordagem seja implementada de forma bem-sucedida, os utilizadores que trabalham neste domínio devem estar preparados para ampliar os seus conhecimentos, competências, papéis e níveis de intervenção no apoio à construção de projetos de vida.

A preparação de diferentes utilizadores para responder a situações de vulnerabilidade social/ profissional

Como referido no ponto anterior, as mudanças demográficas, educacionais e de empregabilidade, que estão a acontecer um pouco por todo mundo, têm implicações para os vários profissionais que trabalham diretamente com populações desfavorecidas/ em situação de vulnerabilidade, no âmbito do apoio à construção dos seus projetos de vida (e.g., Swanson & Fouad, 2010), nomeadamente no que respeita a necessidade de adquirirem, treinarem e aplicarem novos conhecimentos, competências, papéis e níveis de intervenção.

Para justificar o investimento dos governos neste âmbito, e a título ilustrativo, um grupo de trabalho Associação Norte-Americana de Desenvolvimento Vocacional (NCDA)[1] constatou que as pessoas em situação de vulnerabilidade (nomeadamente as minorias étnicas e raciais) reconhecem a necessidade de receberem algum tipo de apoio no âmbito da construção dos seus projetos de vida. Mas, constatou igualmente que estas são também as pessoas que têm menor probabilidade de recorrer e/ou se manterem nestes serviços. Uma das hipóteses levantadas é a possibilidade de considerarem que o apoio que recebem não é o mais adequado à sua presente situação de vida, seja porque não é compreendido e aceite na sua plenitude pelo profissional que o atende, seja porque não sente o aconselhamento como pertinente, útil e adequado às suas características e problemáticas.

Mas, se por um lado, existem evidências de que as pessoas em situação de vulnerabilidade não reconhecem a adequação destes serviços face às suas especificidades, por outro lado, os utilizadores que prestam estes serviços também alertam para a necessidade de formação complementar para lidar com os novos desafios que a diversidade (sexual, racial, étnica, religiosa) acarreta. Cita-se a propósito um estudo desenvolvido recentemente em Portugal, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (Pinto & Rebelo-Pinto, 2017), em que os utilizadores, apesar dos seus vários anos de experiência profissional, salientaram as suas necessidades em rever, adquirir, treinar, e desenvolver um conjunto diversificado de conhecimentos teóricos e de competências centrais e especializadas no apoio à construção de projetos de vida dos seus utentes (grupos alvos).

Estudos como este reforçam que a formação obtida em contexto académico e profissional prepara os futuros utilizadores para um desempenho eficaz da sua profissão, mas o quase exclusivo enfoque na normatividade suscita preocupações face a situações em que está em causa o apoio à satisfação de necessidades de grupos marginalizados (Jenschke, 2003)

Face a esta situação, um número cada vez maior de diversos autores (e.g., Fouad & Bingham, 1995; Hartung & Blustein, 2002; Helms, 2003; Irving, & Malik, 2004) advoga a necessidade de um maior investimento no desenvolvimento de novas políticas, novas abordagens teóricas, e novas metodologias práticas que assegurem serviços adequados às novas especificidades dos diversos públicos-alvo que a eles recorrem contribuindo, por conseguinte, para um acesso mais justo e equitativo. Neste sentido, urge a necessidade de rever o treino dos utilizadores de modo a complementar a formação teórico-prática de nível micro (centrada no indivíduo) que atualmente recebem, com novas formas de pensar e atuar a um nível mais macro ou sistémico (centrado na sociedade) (Helms, 2003; Toporek & Williams, 2006). Na verdade, trata-se de um imperativo moral e ético que os diferentes profissionais que trabalham as questões relativas ao apoio à construção de projetos de vida, em populações em situação de vulnerabilidade, adquiram e treinem conhecimentos e competências que lhes permitam desenvolver intervenções culturalmente sensíveis e responsivas.

Assim, em termos de conhecimentos, os utilizadores que atuam nesta área devem:

  • Estar informados sobre as questões da justiça social, e em particular sobre as estratégias e recursos que, sendo culturalmente sensíveis, contribuem para a sua promoção;
  • Dominar os modelos tradicionais de apoio à construção de projetos de vida, e compreender quais os seus princípios, e como estes podem ser aplicados a populações diversas;
  • Estar a par dos novos desenvolvimentos teóricos no apoio à construção dos projetos de vida (e.g. Greenhaus, Callanan, & Godshalk, 2010; Patton, McMahon, & Watson, 2006), e de como estes podem informar a sua prática com populações em situação de vulnerabilidade;
  • Compreender que a situação das pessoas profissionalmente vulneráveis não se coaduna com uma intervenção tradicional de cariz individual, podendo estes clientes beneficiar de uma intervenção assente numa análise acerca do impacto potencial das forças sistémicas, isto é, influências de vários contextos/ sistemas (Arthur, 2005);
  • Reconhecer as preocupações dos clientes, e os desafios e barreiras específicas deste tipo de intervenção, assegurando que os seus direitos mais fundamentais (e.g., ser tratado com igualdade) são preservados; e
  • Identificar recursos e serviços que, não estando diretamente relacionados com as questões de educação e /ou empregabilidade, podem apoiar em outras áreas da vida e assim contribuir, ainda que de forma mais indireta, para a construção dos seus projetos de vida (e.g., legislação, políticas de imigração).

Em termos de competências, é urgente que os utilizadores que atuam nesta área detenham:

  • Competências específicas para a intervenção na construção de projetos de vida, de onde se salientam, por exemplo, avaliação de interesses, valores e competências, promoção do autoconhecimento, promoção de pesquisa de informação formativa e profissional, identificação e desenvolvimento de objetivos de vida, delineamento e implementação de planos de ação, construção de portfólios de carreira, preparação para processos de entrevista de emprego, escrita do currículo, reconhecimento de como as circunstâncias sociais, económicas, políticas influenciam o desenvolvimento dos projetos de vida, entre outros;
  • Competências genéricas de aconselhamento, tais como, saber demonstrar empatia e compaixão, respeito e cuidado pelo cliente, saber apoiar e encorajar fomentando a esperança e o otimismo face ao futuro, colocar o foco nas forças (pessoais e ambientais) do cliente, ser flexível de modo a poder incorporar no aconselhamento as características e o ritmo do cliente (Sue & Sue, 2007), e promover o seu empoderamento e autonomia;
  • Competências de comunicação e relacionamento interpessoal, tais como, promover um ambiente positivo, usar a diplomacia e a mediação, ser capaz de estimular a motivação, a resolução de problemas, a criatividade, e a tomada de decisão, e atuar como um agente facilitador da mudança (e.g., através da reflexão, do uso de questões abertas, do feedback positivo, do brainstorming, e do role-playing); e
  • Competências multiculturais, isto é, conhecimento e capacidade para trabalhar com assuntos, variáveis e grupos culturais específicos (Arthur, 2005; Hartung, 2002; Leong & Hartung, 2000; Sue & Sue, 2007), com ética, sensibilidade e honestidade, respeitando e aceitando a diferença (Arthur, 2005, 2008; Toporek & Williams, 2006), e reconhecendo quando as suas próprias crenças e valores interferem com o processo de apoio que está a ser prestado.

A reter

Contexto Europeu no século 21

Fatores migratórios

  • Aproximadamente 65.3 milhões de migrantes
  • A maioria das pessoas prefere sair de suas casas permanecendo no país
  • Procura de asilo em países vizinhos
  • Recorrem à ajuda da Europa como último recurso
  • O continente europeu recebeu um total de 1,3 milhões (1.327.560) refugiados em 2015: a Alemanha (mais de 442.000), a Hungria (174.000) e a Suécia (156.000) receberam em conjunto mais de metade dos pedidos de asilo em 2015
  • A maioria dos europeus desaprova a forma como a Europa está a lidar com as questões dos refugiados
  • A capacidade prática da Europa para receber mais refugiados está muito próxima do seu limite total

Demografia

  • Baixa taxa de natalidade e o envelhecimento das populações à grave problema socioeconómico, considerando que, num futuro próximo, o grupo entre os 15 e os 64 anos (economicamente ativos) serão em número bastante inferior aos economicamente inativos.
  • Mudanças nos padrões migratórios à Os países europeus precisam promover a receção ativa de grupos de pessoas socialmente vulneráveis, permitindo-lhes alcançar uma integração produtiva.

Educacional

  • Taxas elevadas de abandono escolar precoce, adultos com fraca preparação académica e baixas percentagens de pessoas detentoras de grau de ensino superior à pessoas com ligações temporariamente imprevisíveis no mercado de trabalho e mais instáveis financeiramente
  • Evolução das características do trabalho atual e criação de novos postos de trabalho exigindo trabalhadores altamente qualificados à investimento constante em capital humano europeu, tanto a nível da formação de base como da aprendizagem ao longo da vida

Empregabilidade

  • A situação do mercado de trabalho é bastante diferente nos vários países europeus à nos últimos anos, a situação do desemprego parece estar a tornar-se particularmente aguda para os jovens adultos
  • Grupo específico dentro dessa população que corresponde a “subempregados” ou “não totalmente empregados

Competências

  • Um em cada quatro adultos na Europa está subqualificado face às novas exigências do mercado de trabalho
  • Coerência na educação de adultos, melhorando a coordenação entre educação e políticas do mercado de trabalho à garantindo uma correspondência entre as necessidades do mercado de trabalho e as ofertas educativas/formativas
  • As 10 principais competências não formais que serão mais necessárias no mercado de trabalho até 2020: capacidade de resolver problemas; pensamento crítico; criatividade; gestão de pessoas; relação interpessoal; inteligência emocional; capacidade de analisar situações e tomar decisões; orientação para o serviço; capacidade de negociação e flexibilidade cognitiva.

Justiça social

A adoção de uma diversidade de ações visando o fortalecimento das sociedades / nações, favorecendo o acesso e uso pelos seus membros das oportunidades, recursos e valores, sem qualquer tipo de vantagem ou desvantagem, sexual, racial, étnica, económica, religiosa, ou outros.

  • Desenvolvimento de ações destinadas a erradicar as desigualdades na sociedade (Vera & Speight, 2003) através do desenvolvimento de novas teorias e práticas que contradizem a visão uniforme, normativa e eurocêntrica da sociedade à “imperativo moral” (McWhirter et al., 2005, p. 215)
  • Uma percentagem muito elevada de pessoas é excluída deste tipo de apoio porque não detém as características do público-alvo, nem está nos circuitos habituais onde normalmente o apoio é disponibilizado à o ciclo de exclusão é assim perpetuado
  • Abandonando uma “abordagem de denúncia” e adotando uma abordagem “anúncio / articulação” à os princípios da justiça social, em relação às reformas sociais, políticas e sociais na sociedade são aplicadas à vida, permitindo romper as barreiras que impedem uma distribuição equitativa de recursos e serviços (Arthur, 2005; Toporek & Chope, 2006).

Os utilizadores finais devem ter conhecimento sobre

  • Questões de justiça social
  • Modelos tradicionais de suporte para construção de projetos de vida
  • Novos desenvolvimentos teóricos de apoio à construção de projetos de vida
  • Impacto das forças sistémicas
  • Reconhecer as preocupações, desafios e barreira dos públicos-alvo
  • Recursos e serviços que podem apoiar outras áreas da vida

Os utilizadores finais devem ter competências sobre

  • Competências específicas para intervenção na construção de projetos de vida
  • Competências genéricas de aconselhamento
  • Competências de comunicação e relacionamento interpessoal

[1] https://live2work.eu/go/link-4/

[2] https://live2work.eu/go/link-5/

[1]  NCDA – Associação NorteAmericana de Desenvolvimento Vocacional